Um jardineiro plantou, a pouca distância uma da outra, uma roseira e uma sempre-viva.Em poucos meses as rosas começaram a dar botões, que logo desabrocharam.O contraste entre as belas flores vermelhas e os galhos e folhas verdes era deslumbrante.A sempre-viva, que tinha bom gênio e não era invejosa, não cansava de admirara vizinha:
-Como você é bela! Não há quem passe sem olhar para você com respeito e encantamento... Os namorados oferecem sua beleza à amada, o perfumista colhe suas pétalas para fazer delicados perfumes... Suas flores servem ainda para enfeitar casas!...Você é mesmo muito linda!... Ás vezes, até sinto vontade de estar no seu lugar, mas, de fato,basta-me poder olhar para você, para que eu me sinta feliz... E agradeço ao céu ter-me posto aqui, ao seu lado, para poder viver na sombra do seu esplendor...
A roseira, que era muito simples e humilde, respondeu:
-Estou comovida com suas belas palavras, querida sempre-viva, e agradeço a sua gentileza, mas, infelizmente, nem tudo o que reluz é ouro... É verdade que minhas flores são maravilhosas, mas o que acontece se ninguém passa para colhê-las?Em poucos dias murcham e inclinam-se, tristes, deitando a cabeça sobre os meus galhos... É verdade que você chama menos atenção, mas se o jardineiro nos plantou juntas, por alguma razão foi. Quando eu estiver despida e só mostrar meus feios braços espinhosos, você continuará florida. Então, todos os que passarem por aqui não vão olhar para mim, mas sim para você, e pensarão, surpresos:Como é que nunca tínhamos reparado nela?
Essa é a MATERIA Prima do dia
Pense nisso!